sexta-feira, 19 de junho de 2009

Amar

"Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito mais fácil viver."

in "Diário da tua ausência" de Margarida Rebelo Pinto.

Já tinha lido este parágrafo, está na contracapa do livro e reconheci-o quando o li a algumas páginas do fim. Foi este parágrafo que me fez apaixonar pelo livro e o querer! Este livro é um diário que a Margarida Rebelo Pinto escreveu a um grande amor que não vivia em Portugal, um amor que apareceu na vida dela quando ela menos esperava e que se tornou tão grande e tão mágico que deu um livro. Um diário.

Toda a gente já teve um diário, ou tem ainda. Eu tenho. Tem 4 páginas escritas e não escrevo nele há exctamente quatro anos. Faz agora quatro anos. Acho que na altura estava tão magoada e triste que as palavras saiam sozinhas, era preciso deitar cá para fora tudo e mais alguma para a "fonte" poder secar senão qualquer dia desidratava. Agora ao ler rio-me e penso que fui tão parva na altura. A única coisa que eu devia ter feito era deixar ir, esquecer e correr no sentido oposto... Vendo agora a realidade penso que me safei de boa! E não estou a dizer isto como uma espécie de consolo, não! Safei-me mesmo de boa!

Há tantas formas de amar, nós amamos os nossos pais, os nossos irmãos, os nossos amigos e até os filhos dos nossos amigos. Porque é que o amor por outra pessoa com quem temos, pensamos vir a ter, ou tivémos uma relação é tão diferente e dói tanto quando não correspondido? Acho que ainda ninguém soube responder a esta pergunta de uma forma tão elaborada que me consiga convencer.

Há amores e amores. Há aqueles que nos deixam a sonhar dois dias, dois meses, dois anos... Duas décadas. Acho que todas as pessoas sonham em ter um grande amor... Para quê? Se há uma coisa que aprendi é que o amor faz-nos sempre sofrer! Para quê ser muito feliz se depois dói tanto que parece que nos tiram um bocado? Ser feliz faz com que nos esqueçamos da dor? Não faço a mínima ideia.

"Tenho muitas saudades tuas. E saudades do tempo em que confiávamos um no outro e sentíamos que estávamos no mesmo barco, porque mesmo longe, queríamos ajudar, proteger e apoiar o outro em tudo, de uma forma incondicional e total, queríamos amar-nos e dar-nos um ao outro. Mas tenho ainda mais saudades de me sentir cheia de amor por ti. Será que não amamos os outros pelo que são, mas por tudo o que nos fazem sentir? Sempre quis ser a pessoa que fui quando estava contigo, tu sabias, sem saber, exaltar o meu lado melhor, mais profundo, mais elevado, mais optimista. Sentia-me bela, segura, serena e perfeita ao teu lado. Sentia-me completa, e é na plenitude que se pode encontrar a felicidade."

in "Diário da tua ausência" de Margarida Rebelo Pinto




Tenho saudades...

1 comentário:

  1. Sim srª para quem não entendia o facto de todos terem blogs, ja entendeste e dás muito bom uso ao teu Parabéns :P
    Agora quanto ao teu texto concordo totalmente contigo, para que amar assim? Mas também acho que se o amor que não é intenso, que não doi, que não queima, não é amor.. é outra coisa qualquer mas amor não..
    Esta ultima citação do livro tocou-me mto..

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"Thank you, come again!"